PLANETAS 1987
1-2-sistema-12> o sistema contra os ecossistemas – inédito ac de 1987 – tese 5 estrelas – os dossiês do silêncio – eco-ecos
FRACASSO DA FUTUROLOGIA PÕE EM CHEQUE A CIÊNCIA
3.Setembro.1987 - Felizmente para os futurólogos da Geofísica, que se encarregam de prever catástrofes sísmicas na falha de Santo André (Califórnia) ou no Peru, existem os médiuns e astrólogos que, carregando pela boca, profetizam logo os acontecimentos da década, não se contentando com os do ano.
Guerras nucleares a granel, terremotos que arrasarão países inteiros, pragas de ratazanas a devorar milhares de seres humanos, extra-terrestres submetendo à escravidão o nosso Planeta que temos tão bem tratado - foram tudo profecias de astrólogos norte-americanos no início da década de 80.
Mas se estas profecias abusam um bocado da inteligência pública média, mesmo norte-americana, aparecendo demasiado carecas na sua ingénua estupidez, esse facto não deixa de ser largamente aproveitado pelos cientistas encartados e a sério, que se permitem, ao abrigo da autoridade que o seu estatuto de intocáveis lhes confere, afirmar o que vai e não vai acontecer, nomeadamente em matéria de sismos.
O ALINHAMENTO DOS PLANETAS
O falado alinhamento de planetas que, durante meses, em 1977, esteve nas primeiras páginas dos jornais e até nas revistas científicas de alto gabarito como "Science et Vie", foi matéria de especulações não só dos astrólogos, (pre)videntes e magos de todos os feitios e religiões mas de reputados geofísicos, da NASA ou não.
John Gribbin, físico da NASA e o Prof. Plageman, arquitectaram uma brilhante teoria, baseada em "inúmeros estudos e cálculos", que assegurava, por força, ir acontecer um catastrófico sismo na falha de Santo André.
Dez anos passados, quis Deus que o sismo ainda não tivesse feito a vontade aos cientistas iminentes, mau grado a insistência nele, quer de cientistas encartados quer de magos visionários, criando uns e outros verdadeiras ondas de psicose pânica.
Também em 1981 (Julho) não foi um bruxo que aterrou as populações do Peru, mas o geofísico Brian Brady, prevendo com todos os pormenores uma rajada de sismos neste país, rigorosamente a partir de 28 de Junho desse ano de 1981.
Até jogos de futebol chegaram a ser adiados por causa do sismo.
Teve o "iminente" geofísico americano Brian Brady, autor da teoria e dos engenhosos cálculos, a "lata" de vir confessar que se enganara: “ Não penso que a minha teoria esteja errada, mas tenho a impressão que alguma coisa estava errada nos meus cálculos."
A comunidade científica córou de vergonha com este fiasco mas calou-se e fingiu não notar. Era melhor esquecer, rapidamente, o incidente.
Quer os que previram sismos em Santo André, quer o que previu sismos no Peru, eram até à data nomes reputados da classe científica. Será que a nódoa desaparece, só porque se esquece o evento?
E será que só a classe dos astrólogos, videntes, bruxos e cartomantes é digna de pena?
Um facto fica, quer a comunidade científica o reconheça ou não e se faça ou não de novas: é cada vez menor o crédito a dar à futurologia (dita) científica e, por extensão, às teorias científicas que geralmente são arquitectadas para tentar, primeiro, explicar o passado e depois prever o futuro.
Aliás, sem prognose, a ciência fica bastante incompleta. Só que a futurologia até agora conseguida, pelo menos no plano da Geofísica, é pouco menos do que deplorável.
Isto para não falar do previsionismo no campo da Meteorologia, onde além dos dois ou três dias já ninguém garante nada a ninguém.
CONTRA OS OBSCURANTISTAS, MARCHAR, MARCHAR
A lei jugoslava mostrou-se de grande severidade ao condenar a dois anos de prisão um "fanático religioso" , de nome Bozidar Vujic, só porque este, aproveitando o estado de ânimo colectivo criado por um sismo, espalhou histórias acerca do "Dia do Juízo Final".
O "Dia do Juízo Final" é, como se sabe, uma invenção fantasista de cérebros ensandecidos e de místicos reaccionários sem remissão: tradição obscurantista esta que os ecologistas modernos tentam reanimar, merecendo por isso também umas fogueiritas à jugoslava.
Não consta, aliás, que a lei desse ou de outro país iluminado, tenha severidade idêntica para as muitas histórias da Carochinha em que sismólogos, vulcanólogos, geólogos e outros cientólogoa se comprazem, prevendo catástrofes que não se concretizam.
No caso dos sismos previstos para a Califórnia e para o Peru, é de notar a perplexidade dos cientólogos perante o fracasso e o fiasco das próprias previsões: a terem fundamento essas previsões, é muito possível que os cientólogos tivessem sido defraudados pela sua própria miopia.
Não querendo eles ver ou reconhecer que as experiências subterrâneas com bombas termo-nucleares introduziram, nos últimos vinte e cinco anos, perturbação suficiente na crosta terrestre para todas as previsões darem errado, por mais seguras que teoricamente elas fossem, pagaram os ditos cientólogos com um fracasso essa miopia e essa fingida ou intencional ignorância.
Qualquer das explicações, porém, não invalida o fracasso: a verdade é que os previsionistas não acertaram, como nunca acertam, ou porque se baseiam em dados e teorias errados, ou porque, sendo esses dados - admitamos - certos e as teorias verdadeiras, tudo isso foi violentamente alterado ao introduzir-se na crosta terrestre o "dado novo" dos rebentamentos atómicos subterrâneos.
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FRACASSO DA FUTUROLOGIA PÕE EM CHEQUE A CIÊNCIA
3.Setembro.1987 - Felizmente para os futurólogos da Geofísica, que se encarregam de prever catástrofes sísmicas na falha de Santo André (Califórnia) ou no Peru, existem os médiuns e astrólogos que, carregando pela boca, profetizam logo os acontecimentos da década, não se contentando com os do ano.
Guerras nucleares a granel, terremotos que arrasarão países inteiros, pragas de ratazanas a devorar milhares de seres humanos, extra-terrestres submetendo à escravidão o nosso Planeta que temos tão bem tratado - foram tudo profecias de astrólogos norte-americanos no início da década de 80.
Mas se estas profecias abusam um bocado da inteligência pública média, mesmo norte-americana, aparecendo demasiado carecas na sua ingénua estupidez, esse facto não deixa de ser largamente aproveitado pelos cientistas encartados e a sério, que se permitem, ao abrigo da autoridade que o seu estatuto de intocáveis lhes confere, afirmar o que vai e não vai acontecer, nomeadamente em matéria de sismos.
O ALINHAMENTO DOS PLANETAS
O falado alinhamento de planetas que, durante meses, em 1977, esteve nas primeiras páginas dos jornais e até nas revistas científicas de alto gabarito como "Science et Vie", foi matéria de especulações não só dos astrólogos, (pre)videntes e magos de todos os feitios e religiões mas de reputados geofísicos, da NASA ou não.
John Gribbin, físico da NASA e o Prof. Plageman, arquitectaram uma brilhante teoria, baseada em "inúmeros estudos e cálculos", que assegurava, por força, ir acontecer um catastrófico sismo na falha de Santo André.
Dez anos passados, quis Deus que o sismo ainda não tivesse feito a vontade aos cientistas iminentes, mau grado a insistência nele, quer de cientistas encartados quer de magos visionários, criando uns e outros verdadeiras ondas de psicose pânica.
Também em 1981 (Julho) não foi um bruxo que aterrou as populações do Peru, mas o geofísico Brian Brady, prevendo com todos os pormenores uma rajada de sismos neste país, rigorosamente a partir de 28 de Junho desse ano de 1981.
Até jogos de futebol chegaram a ser adiados por causa do sismo.
Teve o "iminente" geofísico americano Brian Brady, autor da teoria e dos engenhosos cálculos, a "lata" de vir confessar que se enganara: “ Não penso que a minha teoria esteja errada, mas tenho a impressão que alguma coisa estava errada nos meus cálculos."
A comunidade científica córou de vergonha com este fiasco mas calou-se e fingiu não notar. Era melhor esquecer, rapidamente, o incidente.
Quer os que previram sismos em Santo André, quer o que previu sismos no Peru, eram até à data nomes reputados da classe científica. Será que a nódoa desaparece, só porque se esquece o evento?
E será que só a classe dos astrólogos, videntes, bruxos e cartomantes é digna de pena?
Um facto fica, quer a comunidade científica o reconheça ou não e se faça ou não de novas: é cada vez menor o crédito a dar à futurologia (dita) científica e, por extensão, às teorias científicas que geralmente são arquitectadas para tentar, primeiro, explicar o passado e depois prever o futuro.
Aliás, sem prognose, a ciência fica bastante incompleta. Só que a futurologia até agora conseguida, pelo menos no plano da Geofísica, é pouco menos do que deplorável.
Isto para não falar do previsionismo no campo da Meteorologia, onde além dos dois ou três dias já ninguém garante nada a ninguém.
CONTRA OS OBSCURANTISTAS, MARCHAR, MARCHAR
A lei jugoslava mostrou-se de grande severidade ao condenar a dois anos de prisão um "fanático religioso" , de nome Bozidar Vujic, só porque este, aproveitando o estado de ânimo colectivo criado por um sismo, espalhou histórias acerca do "Dia do Juízo Final".
O "Dia do Juízo Final" é, como se sabe, uma invenção fantasista de cérebros ensandecidos e de místicos reaccionários sem remissão: tradição obscurantista esta que os ecologistas modernos tentam reanimar, merecendo por isso também umas fogueiritas à jugoslava.
Não consta, aliás, que a lei desse ou de outro país iluminado, tenha severidade idêntica para as muitas histórias da Carochinha em que sismólogos, vulcanólogos, geólogos e outros cientólogoa se comprazem, prevendo catástrofes que não se concretizam.
No caso dos sismos previstos para a Califórnia e para o Peru, é de notar a perplexidade dos cientólogos perante o fracasso e o fiasco das próprias previsões: a terem fundamento essas previsões, é muito possível que os cientólogos tivessem sido defraudados pela sua própria miopia.
Não querendo eles ver ou reconhecer que as experiências subterrâneas com bombas termo-nucleares introduziram, nos últimos vinte e cinco anos, perturbação suficiente na crosta terrestre para todas as previsões darem errado, por mais seguras que teoricamente elas fossem, pagaram os ditos cientólogos com um fracasso essa miopia e essa fingida ou intencional ignorância.
Qualquer das explicações, porém, não invalida o fracasso: a verdade é que os previsionistas não acertaram, como nunca acertam, ou porque se baseiam em dados e teorias errados, ou porque, sendo esses dados - admitamos - certos e as teorias verdadeiras, tudo isso foi violentamente alterado ao introduzir-se na crosta terrestre o "dado novo" dos rebentamentos atómicos subterrâneos.
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