P. LAFARGUE 1992
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ELOGIO DO TRABALHO E A REVOLUÇÃO TRANQUILA
26/7/1992 - Primeira prioridade de um realismo político radical que se não deixou levar nas ondas retóricas da antipoluição, o tema do trabalho é (re)colocado nos seus termos exactos pelo filósofo francês Paul Lafargue, recentemente reeditado em português, pela Teorema, com a sua obra mais célebre, «O Direito à Preguiça». Esta obra, de facto, veio na hora certa, ontem e hoje na hora certa. Leva a sério o que deve ser levado a sério -- a energia criadora do homem -- e goza o que deve ser gozado, a conjuntura capitalista, que há-de passar como também a lepra tem passado e é quase uma doença em vias de extinção.
Principalmente, Paul Lafargue goza a pretensão que o establishment económico continua a ter de relacionar produção e «prosperidade» económica com trabalho obrigatório, com horários longos, férias escassas, stress e opressão. Lafargue teve a intuição do que viria a ser demonstrado cientificamente anos mais tarde: não é por muito trabalhar que se amanhece mais cedo. E não é porque se tem mais horas de trabalho que uma economia produz mais.
Esta, que é uma verdade perene do evangelho libertador, e do mais elementar mas não primário anti-capitalismo que se quiser, um dogma da verdade que o sistema tem todo o cuidado em tapar das vistas profanas - para que o trabalhador nunca saiba e verdade do que o explora e oprime - já era tabu no tempo de Lafargue e tabu continua a ser, mais de cem anos depois deste manifesto da «revolução tranquila» ter sido publicado(1883). Afinal, temos a opressão que merecemos, enquanto tivermos os doutrinadores, os economistas, os políticos e os retóricos mentirosos que merecemos.
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ELOGIO DO TRABALHO E A REVOLUÇÃO TRANQUILA
26/7/1992 - Primeira prioridade de um realismo político radical que se não deixou levar nas ondas retóricas da antipoluição, o tema do trabalho é (re)colocado nos seus termos exactos pelo filósofo francês Paul Lafargue, recentemente reeditado em português, pela Teorema, com a sua obra mais célebre, «O Direito à Preguiça». Esta obra, de facto, veio na hora certa, ontem e hoje na hora certa. Leva a sério o que deve ser levado a sério -- a energia criadora do homem -- e goza o que deve ser gozado, a conjuntura capitalista, que há-de passar como também a lepra tem passado e é quase uma doença em vias de extinção.
Principalmente, Paul Lafargue goza a pretensão que o establishment económico continua a ter de relacionar produção e «prosperidade» económica com trabalho obrigatório, com horários longos, férias escassas, stress e opressão. Lafargue teve a intuição do que viria a ser demonstrado cientificamente anos mais tarde: não é por muito trabalhar que se amanhece mais cedo. E não é porque se tem mais horas de trabalho que uma economia produz mais.
Esta, que é uma verdade perene do evangelho libertador, e do mais elementar mas não primário anti-capitalismo que se quiser, um dogma da verdade que o sistema tem todo o cuidado em tapar das vistas profanas - para que o trabalhador nunca saiba e verdade do que o explora e oprime - já era tabu no tempo de Lafargue e tabu continua a ser, mais de cem anos depois deste manifesto da «revolução tranquila» ter sido publicado(1883). Afinal, temos a opressão que merecemos, enquanto tivermos os doutrinadores, os economistas, os políticos e os retóricos mentirosos que merecemos.
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