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2006-04-28

TECNO-DISCURSO 1989

tecnodis-1> = a perversidade do tecnodiscurso – unideologia – inédito ac de 1989 – tese de 5 estrelas

A PERVERSIDADE DO TECNODISCURSO

28/4/1989 - Quando se proclamam defensores da Natureza e da Floresta os plantadores profissionais de Eucaliptos, classificando de provocadores os movimentos conservacionistas e do Ambiente.
Quando se chama de Saúde o ministério da Doença - dos Hospitais, da Sintomatologia, dos medicamentos e de tudo o que é o contrário da Saúde.
Quando se chama Economia ao sistema que se baseia no desperdício sistemático de recursos, valores, pessoas e culturas
Quando se chama Desenvolvimento de um país ao processo que é feito à custa do subdesenvolvimento agravado de outros países e continentes inteiros.
Quando se chama Estado de Direito àquele onde os direitos fundamentais do cidadão são diária a sistematicamente violados e onde um sistema que se diz de Justiça todos os dias agrava as injustiças e desigualdades sociais.
Quando as radiações ionizantes que produzem cancro são medicamente indicadas como terapêutica contra o Cancro.
Quando o rebentamento de bombas nucleares subterrâneas que produzem ondas sísmicas, é preconizado como processo de prevenção sísmica.
Quando na frente de luta pela vida e pela qualidade de vida (a saúde) se encontra um produto que leva consigo o nome de "antibiótico".
Quando os conceitos e as palavras significam exactamente o seu contrário, estaremos ou não perante a Perversidade fundamental do sistema que vive de ir matando os ecossistemas?
Que se pode esperar de todo um sistema e de toda uma mitologia que se baseia nestes princípios perversos, nestes pressupostos viciados, neste discurso contraditório?
Contraditório em si mesmo e contraditório da realidade, da qual completamente se divorcia por antagonismo?
Será por isso que o mundo nos aparece como uma dança de fantasmas, um sabat alucinado de mitos e mitificações ?
Será por isso que as ideologias do sistema são todas mitologias ?
Um discurso que constantemente significa o seu contrário, oposto, inverso ou antónimo, onde nos conduzirá estes discurso?

OS "DIAS MUNDIAIS"

Os "dias mundiais" são habitualmente usados pela Comunicação Social - cuja vocação é debitar o discurso mitológico e perverso em vigor - para debitar às massas, com maior abundância, esse discurso da .perversidade.
Quando as companhias celulósicas pagam páginas de publicidade nos jornais, que em troca lhes transcrevem o discurso a favor do Eucalipto, discurso que classifica "a crítica ao Eucalipto uma campanha manipuladora da opinião pública" , é evidente que os jornais ficam mudos para fazer qualquer crítica aos eucaliptos e às celuloses.

Quem tem força para manipular?
Quem pode pagar aos manipuladores (jornalistas e arredores)?
Não contentes em vomitar em cima de nós, estes activistas da mentira e do crime ainda cagam.

INIMIGO PRINCIPAL - IMPERIALISMO INDUSTRIAL - BIOCÍDIO

"O Homem mata o Meio Ambiente." Lê-se frequentemente este tipo de discurso claramente mistificador, em que se mitifica um Homem abstracto com H maiúsculo.
Calma aí, gente.
Qual "Homem" e quais homens é que matam o Ambiente?
O conceito de inimigo principal nesta matéria é também muito importante. Convém não escamotear o principal inimigo - o imperialismo industrial - com eufemismos e inimigos muito secundários. Neste caso, um mito.
Quem mata a Natureza é o imperialismo industrial e quem directamente o serve como funcionário, mais ou menos superior e enquadrado, do sistema. O resto é fita, figura de retórica, poluição, antipoluição, etc
Transferir para uma Humanidade mítica e abstracta as culpas do Ecocídio é manobra ideológica frequente entre ambientocratas, quando o imperialismo tecno-burocrático que eles servem é que é o principal factor quer de genocídio, quer de etnocídio, quer de biocídio em geral e em todas as frentes.
Por exemplo: de que modo o mito da explosão demográfica da tal abstracta humanidade tem servido ao sistema para perpetrar os seus crimes?
A verdade é que nunca houve nem haverá gente a mais no Planeta: mas, para justificar a mortandade de populações inteiras, o imperialismo manda os seus ideólogos apregoar que o "aumento da população é culpado número 1 da Poluição e da Destruição do Meio Ambiente."
Proclamando que "há gente a mais", o imperialismo pretende deixar no subconsciente colectivo legitimado o genocídio que vai praticando, ao mesmo tempo que lança sobre o Homem e a Humanidade - entidades abstractas que não existem - as culpas que só a ele, Assassino da Vida, cabem.

A INFLAÇÃO DAS TEORIAS

A inflação das teorias não abre um espaço de tolerância mas de cepticismo.
Quando se quer impor um crime como o Nuclear, o melhor é encenar um debate pluralista com a participação de vários quadrantes partidários, de preferência com assento parlamentar.
Quando se quer estabelecer a confusão no espírito das pessoas, quando se quer condicionar propiciatoriamente o consumidor, arranja-se uma panóplia de teorias, contraditórias umas das outras, levando o consumidor (receptor da mensagem que explicita essas teorias) à conclusão, regra geral sub-consciente, de que afinal nada é certo nem seguro,
No campo alimentar, este niilismo produzido pela multiplicidade das teorias, prepara um terreno propício à recepção do discurso publicitário, aos spots televisivos sabre todos os crimes alimentares.
O cepticismo é, em nome da tolerância, do livre pensamento, da independência intelectual, da neutralidade e objectividade científica, o caminho aberto à aceitação resignada, pelo consumidor, da religião publicitária.
E sobre essa há uma só opinião. É regime de partido único.
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